e_Book : A viagem de Ana

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MIKA - Banda Sonora Original

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Capitulo I - 2 ª Parte

O despertador toca, já é de manhã e o dia voltou novamente há rotina normal. Olha para a cabeceira e guarda uma caixa dentro da gaveta. Toma banho rapidamente veste-se e vai para a cozinha onde encontra Simão que já tomava o pequeno almoço a ler o jornal.

“ Bom dia Ana, dormiste bem?”

“Bom dia” – e dá-lhe um beijo na face.

“ Ontem não tive tempo de te dizer mas temos um jantar hoje com uns investidores.”

“ A que horas?”

“ Às 21h, está bem para ti?”

“ Sim, parece bem.”

“ Então vá, até logo.” – levanta-se da mesa dá-lhe outro beijo na face e sai apressado.

“ Até logo.”

Todo o dia Ana pensou no jantar, queria impressionar o marido que ele reparasse nela, que lhe dissesse uma palavra carinhosa, um sorriso. Decidiu ir ao cabeleireiro e comprar roupa nova, sapatos e mala a condizer. Estava feliz quando vestiu aquele vestido azul turquesa que lhe caía que nem uma luva, rodopiou à frente do espelho e pensou que esta noite seria muito especial.

Quando chegou a casa arranjou-se como uma verdadeira rainha. Quando se olhou novamente ao espelho em casa, ainda estava mais contente, mas também nervosa, “ Será que o Simão vai gostar?”

Ana apercebe-se que Simão tinha chegado, quando ouviu-o a fechar o carro.

“Ana? Estás pronta?” – disse ao abrir a porta.

“ Sim, estou a descer!” Estava mais nervosa que nunca, desceu a escada devagar pois tinha medo de cair devido a ansiedade mas também porque os sapatos eram de salto alto.

Quando apareceu no patamar, Simão não reparou que o vestido era novo, nem nos sapatos, nada. A única coisa que disse foi “ Vamos?”

“Sim…” A expressão de alegria desapareceu do seu rosto.

No carro, olhava para as luzes dos outros carros e das outras casas trémulas, pois nessa noite estava a choviscar. Fechou os olhos e voltou a reviver a entrada de Simão em casa naquela noite, “ Ana … está linda! Não posso sair contigo tão bonita pois podem-me querer roubar a minha lindíssima esposa!”, agarrava-se a ela e beijava-a como no primeiro dia em que se beijaram.

“Chegámos…”

“ ãh? – acorda de sobressalto – ah sim…”

O jantar foi chato, como o esperado. O investidor era alemão e só Simão sabia falar essa língua complicada e, claro, Ana não conseguiu falar com a Sra Schwartz pois ela não pescava nada de português . Limitaram-se a sorrir de vez em quando uma para a outra. Depois do jantar Simão convidou os Schwartz a ir a um casino, a desculpa era ainda não terem acertado bem o negócio.

“ Bolas…”

“Só mais um pouco…é importante.”

No casino melhorou um pouco já não era preciso falar, mas sim jogar e aí a Sra Schwartz era completamente viciada, até deu a Ana dinheiro para ela jogar nas slots machines, enquanto eles foram para a zona reservada a sócios.

Com um copo cheio de moedas começou a jogar na primeira slot que viu. Moeda atrás de moeda e nada só lhe restavam 3 moedas quando decidiu afastar-se da Sra Schwartz para tentar numa slot que lhe chamou a atenção por ter uma pantera desenhada.

“ Vou tentar a sorte naquela. – disse à sua companheira de jogo, que como era de esperar fez uma careta, Ah.. pois não percebe pois não? Até já… Chau..”

A primeira jogada não deu em nada ficou com a moeda e nem sequer conseguiu jogar!

“ Bolas…esta máquina está parva, comeu-me a moeda! Filha da mãe!”

Mas mesmo assim tentou outra, também estava só a jogar para se divertir e não para ganhar. A máquina tinha qualquer coisa que a magnetizava, parecia que os olhos da pantera se mexiam. Voltou a tentar “ vamos ver se comes a moeda outra vez…”, puxou a manivela com força e qual não é o seu espanto quando sai um papelinho da máquina.

“ Mas que raio?!?!?....”- pegou no papel e leu “ Parabéns! Acabou de ganhar um prémio de 50.000 euros. Queira levantar o seu prémio na caixa”.

“Ãh?!?!?!”- disse incrédula - ”Não acredito…”

“ Anna! Anna!” era a Sra Schwartz a gritar por ela com o copo cheia de moedas, parecia ter ganho numa slot um prémio.

Ana limitou-se a felicitá-la e com linguagem gestual, mostrou-lhe o copo que tinha com um única moeda lá dentro. “ Não tive tanta sorte…” ; então a Sra Schwartz dividiu o copo dela com o seu para continuarem a jogar.

Continuaram a jogar até a Sra Schwartz se distrair e não se aperceber que Ana saíra do seu lado para se dirigir à caixa.

“ Boa noite, deseja alguma coisa, mais moedas, fichas?”

“ Boa noite… ah… saiu-me este papel…”, disse Ana como se fosse um segredo e mostrou-lhe o papel com as mãos trémulas, mas não deixou que a empregada toca-se no ticket.

“ Ah! Parabéns ganhou um prémio avultado. Mas se não me der o papel não lhe posso dar o prémio…”

“…e... pois...” Após alguma hesitação entregou o ticket à empregada.

“ Pois muito bem, - confirmando a veracidade do papel -, quer receber o seu prémio em dinheiro ou em cheque?”

“ … em cheque… “ – disse sem pensar pois não acreditava no que estava a acontecer.

Meteu o cheque na mala e voltou para o pé da Sra Schwartz que nem deu conta que a sua companheira saíra por alguns minutos do seu lado.

“ Minhas senhoras sei que estavam a divertir-se muito, mas chegou a altura de irmos para casa!” - era Simão, piscou-me o olho sinal de que tinha corrido bem , o negócio estava fechado.

Quando se deitou na cama estava estoirada, não contou nada a Simão era o segredo dela, tinha medo se contasse que o cheque desaparecesse. Olhou para a gaveta estendeu a mão para abri-la, hesitou e em vez de a abrir desligou a luz do seu candeeiro.

“ Até amanhã”

“ Até amanhã”

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Capítulo I - Ana e Simão : 1ª Parte

Ana é o seu nome. A rapariga que sobe penosamente esta rua é ela. Está pensativa, no que pensará ela? Tem um olhar pesado, triste, passa a mão no cabelo e tenta esconder o seu olhar, quer passar despercebida. Suspeito que queira estar só.

A manhã correu mal, chegou novamente atrasada ao trabalho, levou um raspanete do patrão é claro, mas não é isso que a perturba. Não! Continua a subir a rua e continua completamente absorvida nos seus pensamentos quando passa por uma montra onde vendem electrodomésticos e repara numa das televisões enormes. Sem conseguir ouvir o som que vem da televisão, vê um cantor famoso rodeado de fotógrafos e de fãs à chegada a um coliseu onde iria dar um concerto. Sorridente, distribuía beijos e abraços às fãs que saltavam a barreira de segurança e pousava com elas para os fotógrafos. Ele aparece me grande plano com óculos escuros, muito apropriado para a noite…, e fala animadamente para um dos jornalista que lhe faz perguntas. “ sim – pensou ela, eu gostava de estar ali, bem melhor do que aqui…”.

Aqui. Ana queria referia-se à vida que ela tinha. Simplesmente rotinas: acordar, trabalhar, dormir … ah… e ainda tem o Simão. Simão é o seu marido. Casaram-se há 2 anos ainda não têm filhos. Também não fazem parte dos planos deles, sobretudo porque Simão é um engenheiro de sucesso e está quase sempre a trabalhar.

Segue o seu caminho após estes breves momentos fora de órbita e regressa ao seu caminho a casa. Ao chegar a casa, tira o casaco e dirige-se para a sala de onde vem o barulho quase ensurdecedor da televisão.

“ Golooooooo!!!!”

“ Boa noite também para vocês…” – diz ela com um olhar pouco espantado, pois era frequente às quartas-feiras à noite reunirem-se lá em casa com o Simão , o Rui e o Francisco .rque sim..z perguntas. nsamentos quando passa por uma montra onde vendem elctrodom

Mas ninguém a ouviu, gritavam e pulavam como se de crianças se tratassem.

Respirou fundo e começou a apanhar algumas latas de cerveja que estavam vazias no chão, quando se dirigia para a cozinha, Simão disse “ Amorzinho trazes mais por favor”.

Abriu o frigorífico tirou as cervejas, foi à sala e deixou-as em cima da mesa.

“ Obrigada amorzinho, mas tenta para a próxima não te pores à frente da televisão, ok? Estamos a ver 1º mão dos quartos-de-final da liga dos campeões…”

“ Ah…”Ana olhou para a televisão e depois para eles, que patético! Rui era um homem pequeno e gordinho, muito vermelho nas faces parecia que ia rebentar a qualquer momento, hoje ainda mais pois quando via um jogo de futebol ficava pior que um chouriço. Francisco é diferente mais magro, alto gosta de sofrer quando vê futebol a única coisa que diz durante o jogo é “ corre,corre…” ou “ vai,vai,vai…” e faz com caretas e gesticula muito durante o jogo… Simão gosta de ver futebol mas não sofre tanto com o jogo. Dos 3 é o único que mantém a calma, estuda os lances ao pormenor e no final costuma sempre apresentar alternativas ao 11 sempre melhores que a do treinador.

Ana vai para o quarto para mudar de roupa, não lhe apetece jantar, prefere vestir o pijama e deitar-se na cama e começa a ler um livro, rapidamente adormece ao som vindo da sala :“ Vai, vai, vai… corre, corre… ena pá!”

Passado algum tempo sente passos e o acender da luz no quarto: era Simão.

“ Então ganharam?”

“ Não, empatamos. Boa noite.”

“ Boa noite.”

Ana a ver televisão

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Capitulo III - A viagem : 3ª parte

O telefone toca já passa das 3 da manhã. Clarisse Miles já estava deitada e pediu por tudo que o telefone deixa-se de tocar. Quando ele se calou, soltou um suspiro de alívio, mas assim que se virou para o outro lado ele voltou a tocar.

“ Que chatice! - não quis acender o candeeiro, andou ainda um bom bocado às palpadelas a ver se alcançava o telefone - Sim?...”

“ Estou? Estou a falar com a Sra Clarisse Miles?” – perguntou o Sargento Smith.

“ Sim…, és tu Ray? Sabes que horas são? Espero que seja realmente importante, uma senhora da minha idade precisa de descanso…”

“ Peço imensa desculpa, mas acho que só a senhora me pode ajudar.”

“ Então diga lá!” – enquanto se ajeitava na cama, parecia que a conversa se ia prolongar mais do que esperava.

Passada uma hora chega um carro à entrada da esquadra da polícia. Agora podemos ver como é a Sra. Miles. Tem perto de setenta anos, pequenina, mas com um ar muito sereno, apesar de ao telefone estar um pouco alterada.

O sargento Smith estava à porta à sua espera com um sorriso de cumplicidade e de gratidão, era difícil tirá-la da cama àquela hora.

“ Obrigada por ter vindo tão depressa Sra. Miles…” – dando um beijo na mão de Clarisse.

“ Os amigos são para as ocasiões, não é assim Ray?” – tratando-o quase de forma maternal – “ Então onde está essa rapariga, a Anne?”

“ Ana. Ela está lá dentro. Venha comigo.” – abrindo a porta para ela entrar. – “ Aceita um chá, Sra Miles?”

“ Sim claro! Chá preto por favor” .

No gabinete do sargento Smith tomaram o chá enquanto falavam de Ana.

“ A família dela já sabe que ela está cá?” – perguntou Sra. Milles após tomar um pouco do seu chá preferido.

“ Ainda não, não consegui tirar-lhe muita informação...sabe, ela parece muito confusa…” – disse o sargento Smith.

“Compreendo, ela precisa de se acalmar. Ir para a quinta vai fazer-lhe bem, aqui só vai fazer com que ela fique pior…”

“ Por isso mesmo é que chamei a Sra. Milles, sei que não me vai deixar mal e também que Ana vai ter tudo o apoio que necessita. De certeza que consigo ela vai dar-nos a informação necessária para podermos informar os seus familiares onde está e que se encontra bem”.

Levantando-se de uma só vez e de forma um pouco inesperada, até assustou o sargento pela forma como se levantou decidida, e disse:

“ Bom o chá estava óptimo, mas vamos ao que nos trouxe aqui, certo? Onde está Ana?”

“Certo… Por aqui por favor… “ – disse o Sarg. Smith abrindo a porta que dava para as celas.

Passaram um corredor longo , a Sra. Milles ia à frente, vestido preto com um colar de pérolas e o cabelo arranjado, como se da rainha de Inglaterra se tratasse. Agora, vista de frente dá para ver como os seus olhos são azuis muito claros, dando-lhe um ar de firmeza mas ao mesmo tempo de uma grande doçura.

“ Ela está na primeira cela, pode entrar. Quer que vá consigo?”

“ Não obrigada.”

“ Se precisar de alguma coisa estou aqui” – disse Sarg. Smith abrindo-lhe a porta que dava à ala das celas.

“ Acho que não vai ser necessário.” – os seus olhos já repousavam na imagem de Ana.

A Sra Miles aproximou-se silenciosamente da cela onde estava Ana, nem a própria reparou que alguém se aproximava, tão perdida que estava nos seus pensamentos. Sentada a olhar fixamente para o chão, não conseguia tirar da cabeça como é que a sua melhor amiga a tinha desertado e não vinha em seu auxílio…

“ Olá Ana, como está?”- disse a Sra Miles quando chegou à frente das grades da cela de Ana.

“Quem é você?” – disse Ana , estranhando a presença daquela mulher.

“ Eu sou a Sra Clarisse Miles e vim buscá-la…”

“ Eu não vou para lado nenhum sem a minha amiga Marta. Onde é que a meteram, quero saber! Onde é que ela está?”

“ Calma… ela deve estar bem, pois pelos vistos está aqui sozinha, não é?”

“ Não, não estás! Diz-lhe estás connosco!” “ Não diz nada, está calado…” – Ana põe as mãos na cabeça e manda os calar interiormente. Nisto a Sra Miles estende a mão para dentro da cela e diz-lhe: “ Ana, está tudo bem eu estou aqui para a ajudar. Eu sei que está tudo confuso, é perfeitamente natural. E que tal esperar pela sua amiga num sítio mais confortável que uma cela – olhando e mostrando a cela a Ana , cela era fria e húmida onde só se podia sentar numa cama dura com um colchão velho e co cheiro a bafio - onde pode tomar um banho quente , comer uma boa refeição para depois dormir numa cama bem fofa, o que acha?”

Ana olhou em seu redor e constatou o que a Sra. Clarisse lhe dizia. Ela estava estoirada, cansada a precisar de dormir e esfomeada … não queria nada ficar ali… acabou por ceder, estendendo a mão a Clarisse Miles.

“Não se preocupe Ana, se a sua amiga vier cá o Sargento Smith sabe a minha morada…, está bem? Ray, por favor, abra a cela a Ana que ela vem comigo!”

“ É para já.”

No caminho não falaram. Ana estava cansada tinha sido um dia muito longo. No entanto ficou impressionada com a Sra Miles que já nos seus setenta conseguia conduzir com a destreza de uma rapariga nova e estranhando imenso a condução no lado direito dos ingleses.

Saíram da cidade e meteram-se em rua secundárias sem luzes e onde o arvoredo ia densificando-se cada vez mais, até que só viam alguns pontos de luz ao longe da cidade. Depois de algumas curvas apertadas e pouco apropriadas a cardíacos e, ainda mais a quem está habituado a conduzir pela esquerda, chegaram a um grande portão, ladeado de grandes arbustos.

“ Bem, chegámos!” – disse a Sra Miles quando chegou ao portão de ferro que se abriu mal ela accionou com um comando.

sábado, 21 de junho de 2008

Prefácio

Quem diria! A ideia surge e se não deitamos mãos à obra, esta poderá dissipar-se por entre as nossas divagações e rotinas do dia. Assim nasceu Ana e todo o mundo que a rodeia. Será que esta história terá princípio, meio e fim? Isso não sei responder mas a ideia existe e espero que mais cedo ou mais tarde se converta finalmente numa história. Uma qualquer história, banal e quiçá também recheada de sonhos. Não podemos viver a nossa vida só por aquilo que é mas pelo que nós sonhamos que ela seja e, claro, na vida de Ana não é excepção.
Todos os nossos momentos são rodeados de música e a vida de Ana tem música que a vai influenciar o seu percurso e o seu estado de espírito. Por isso ao entrarmos no mundo de Ana temos que ouvir o que ela ouve, só assim as sensações são mais verdadeiras entranhando-se muitas vezes na nossa pele, nos nossos ossos na nossa mente.
E porque não Sparks para começar? Libertem-se as almas dos preconceitos, elevem-se os nossos sonhos no ar e vamo-nos deixar ir, como Ana o fez...

A autora

A autora
Filipa Branquinho

Banda sonora IV - Depeche Mode

Banda sonora III - Divine Comedy

Keane - Banda sonora II

Sparks - Banda sonora I